QUANDO O PRIMÁRIO ERA O FUNDAMENTAL
(Uma crônica
fora do estilo, para adultos).
Hoje rebatizaram o curso primário e ginasial de
ensino fundamental.
Rebatizaram e esqueceram de melhorar o nível de
ensino, de construir mais escolas, de pagar melhor pelo trabalho dos
professores, de acabar com o analfabetismo.
Uma lástima, um atraso, um arraso para um país
continental como o Brasil.
Sem a boa escola, não temos a consciência do
cidadão e, sem a consciência do cidadão, não temos o exercício da cidadania.
Que iria permitir a cobrança de seriedade e competência
aos nossos dirigentes, a participação efetiva na discussão dos problemas
básicos da população e a abertura para um futuro melhor e mais seguro. Para nós
e nossos filhos.
Os leitores que me desculpem o aparente desencanto.
Mas não é desânimo ou desencanto, não.
Apenas é um momento de reflexão, com licença e
participação do leitor, para um exercício de memória.
Vamos buscar nossos primeiros anos de escola?
Alguns, como eu, temos que ir até nossos antigos
grupos escolares, onde o trabalho, carinhoso e competente, de inesquecíveis
professores, nos davam as bases para tudo o que fomos e seremos. Outros
passaram por boas escolas particulares, onde o ensino também (ainda) era
primoroso.
Mas a escola pública reinava, soberana e
respeitada.
Complementava, com a maior competência, a educação
iniciada pelos pais, pela família.
Mas em algum ponto da história, a situação mudou.
Pra pior. A escola brasileira foi envolvida por uma série de experimentações,
mudanças de metodologia, planos que deram no que deram: a decadência do ensino.
Em todos os níveis, tanto nas escolas públicas quanto nas privadas.
E o que se viu foi a continuação da chaga do
analfabetismo, acrescido do despreparo dos professores, do ensino
insatisfatório, da falta de vagas nas escolas, da evasão, e como conseqüência,
a miséria, a violência, a desesperança.
Felizmente há exceções aqui ou ali. Uma ou outra
escola resiste e luta contra a corrente, geralmente às custas do esforço de
professores ou especialistas em educação, que não aceitam esse estado de
coisas.
E temos um ministro da educação, hoje, que, meio
perdido ou solitário, no meio do vendaval político-econômico, tenta, e às vezes
consegue, erguer algum tipo de barreira contra a maré da ignorância e da
incompetência. Mas a força da destruição da escola brasileira foi tão grande,
durou tanto tempo, que, se começarmos a acertar agora, toda uma geração ainda
será sacrificada.
Com prejuízos incalculáveis para o país.
Mas vamos pensar juntos, unirmo-nos, planejar,
buscar, pensar na recondução da escola ao seu lugar de direito e respeito.
Tem que ser possível…
Ou não teremos uma nação para deixar aos nossos
filhos e netos.
Mauricio de Sousa
QUANDO O PRIMÁRIO ERA O FUNDAMENTAL
(Uma crônica
fora do estilo, para adultos).
Hoje rebatizaram o curso primário e ginasial de
ensino fundamental.
Rebatizaram e esqueceram de melhorar o nível de
ensino, de construir mais escolas, de pagar melhor pelo trabalho dos
professores, de acabar com o analfabetismo.
Uma lástima, um atraso, um arraso para um país
continental como o Brasil.
Sem a boa escola, não temos a consciência do
cidadão e, sem a consciência do cidadão, não temos o exercício da cidadania.
Que iria permitir a cobrança de seriedade e competência
aos nossos dirigentes, a participação efetiva na discussão dos problemas
básicos da população e a abertura para um futuro melhor e mais seguro. Para nós
e nossos filhos.
Os leitores que me desculpem o aparente desencanto.
Mas não é desânimo ou desencanto, não.
Apenas é um momento de reflexão, com licença e
participação do leitor, para um exercício de memória.
Vamos buscar nossos primeiros anos de escola?
Alguns, como eu, temos que ir até nossos antigos
grupos escolares, onde o trabalho, carinhoso e competente, de inesquecíveis
professores, nos davam as bases para tudo o que fomos e seremos. Outros
passaram por boas escolas particulares, onde o ensino também (ainda) era
primoroso.
Mas a escola pública reinava, soberana e
respeitada.
Complementava, com a maior competência, a educação
iniciada pelos pais, pela família.
Mas em algum ponto da história, a situação mudou.
Pra pior. A escola brasileira foi envolvida por uma série de experimentações,
mudanças de metodologia, planos que deram no que deram: a decadência do ensino.
Em todos os níveis, tanto nas escolas públicas quanto nas privadas.
E o que se viu foi a continuação da chaga do
analfabetismo, acrescido do despreparo dos professores, do ensino
insatisfatório, da falta de vagas nas escolas, da evasão, e como conseqüência,
a miséria, a violência, a desesperança.
Felizmente há exceções aqui ou ali. Uma ou outra
escola resiste e luta contra a corrente, geralmente às custas do esforço de
professores ou especialistas em educação, que não aceitam esse estado de
coisas.
E temos um ministro da educação, hoje, que, meio
perdido ou solitário, no meio do vendaval político-econômico, tenta, e às vezes
consegue, erguer algum tipo de barreira contra a maré da ignorância e da
incompetência. Mas a força da destruição da escola brasileira foi tão grande,
durou tanto tempo, que, se começarmos a acertar agora, toda uma geração ainda
será sacrificada.
Com prejuízos incalculáveis para o país.
Mas vamos pensar juntos, unirmo-nos, planejar,
buscar, pensar na recondução da escola ao seu lugar de direito e respeito.
Tem que ser possível…
Ou não teremos uma nação para deixar aos nossos
filhos e netos.
Mauricio de Sousa
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