Professores são educadores, não babás, diz o mestre americano Ron Clark num artigo intitulado “O que os professores realmente querem dizer aos pais”. Foi o segundo artigo mais compartilhado em 2011 por usuários americanos do Facebook, mais de 600.000 pessoas curtiram o texto na rede.
No Brasil, no dia 09/12/ 2011, foi publicado pela revista Veja online uma entrevista com o professor Clark e até o momento da edição deste artigo, 1805 pessoas haviam curtido o link na mesma rede social
Segundo Clark, os pais desrespeitam as regras das escolas, pondo em risco o futuro dos filhos. “Hoje, existe uma preocupação grande com a autoestima da criança. Por isso, muitas pessoas se veem obrigadas a dizer aos pequenos que eles fizeram um ótimo trabalho e são brilhantes, mesmo quando isso não é verdade. Precisamos estar mais atentos a excelência acadêmica e menos preocupados com a autoestima das crianças ou adolescentes”, diz os professor.
Na visão de Clark, os pais vêm transferindo suas responsabilidades para a escola, sem, contudo, aceitar que seus filhos se submetam de fato as regras da instituição. Por isso, assim que surge a primeira nota vermelha ou uma advertência, invadem a sala de aula culpando os professores – a pretexto de preservar a reputação e o orgulho de seus filhos.
No Brasil não é diferente, os problemas são os mesmos, talvez, com muito mais intensidade. Pela falta de preparo ou tempo para lidar com os filhos, empurram toda responsabilidade da educação para a escola e não aceitam as regras da instituição, ou seja, eles querem que a escola eduque, mas não dão apoio e nem autonomia a ela.
Sempre que existe uma reclamação, por qualquer motivo que seja, os pais defendem veementemente seus filhos. A escola nunca tem razão e ainda dizem: “meu filho em casa é bonzinho, educado”, ou, “ele está passando por momentos difíceis, coitado”, ou ainda, “eu já não sei o que eu faço com ele, não dou conta dele”. Muitas vezes, culpam os professores, dizendo que eles não são capazes de ensinar. Mas, nunca culpam seus próprios filhos. Assim, é muito frustrante para os professores verem que os pais não querem assumir suas responsabilidades.
Outro problema que tem angustiado os professores são as notas, e sobre as notas, tanto a família como o Estado responsabilizam somente os professores, ou seja, se a nota é boa, o mérito é do aluno, se é baixa, o problema está com o professor. E quando as notas ruins surgem, a família e, também os gestores ficam furiosos com os professores. O resultado disso é que os professores estão deixando de avaliar – vão dando notas para evitar o conflito. E assim, vai criando-se uma cultura nos alunos de que não é preciso “estudar” para ser promovido. Os alunos frequentam a escola, mas não produzem o que deveriam produzir e ainda dizem: “estudar” para que? Serei promovido de qualquer forma ou, o fulano não “estuda” e é promovido, porque eu tenho que “estudar”.
E, para piorar a situação, todo gestor incompetente tende a mascarar a realidade das suas escolas, isto é, seu eu não tenho a competência para melhorar a qualidade da aprendizagem, manipulo as informações. Faço isso para que a minha escola não tenha excesso de notas vermelhas, alunos retidos e evadidos. Afinal, esses dados estatísticos podem revelar minha incompetência. Então, é preciso manipular esses dados. Mas, como fazer isso? É fácil, é só fazer ameaças nos meus professores para que eles deem notas e aprovem todos, mesmo quando o aluno não tenha a mínima condição de prosseguimento de estudos em série mais avançada. As avaliações externas revelam essa prática. Por exemplo, através da quantidade de alunos abaixo do básico no SARESP.
Os pais só reforçam essa prática, meu filho foi reprovado? Entro com recurso contra a instituição, o culpado pela reprovação são os professores, meu filho não merece isso, ele é vítima. E o que é pior, aqueles que analisam e julgam os recursos, geralmente, se posicionam a favor dos pais e contra a instituição.
As avaliações externas também tem tirado o sono dos professores – tudo gira em torno de uma prova, ou melhor, de algumas avaliações: Prova Brasil, Saeb, Saresp, etc. Os professores são constantemente cobrados a melhorar o desempenho de suas escolas em testes padronizados. A cobrança para que as escolas atinjam suas metas fez que as avaliações externas fossem um fim, isto é, o objetivo principal da educação é preparar os alunos para uma prova e não mais para a vida em todo o seu contexto.
Para Clark, é possível evitar que os pais surtem diante das notas ruins e do mau comportamento dos filhos se for construído uma relação de confiança. Em vez de só procurar os pais quando as crianças vão mal na escola, orienta os professores a conversarem com os responsáveis também quando a criança vai bem.
As duas partes precisam trabalhar em conjunto. Os pais precisam da escola e a escola precisa do apoio da família para realizar um bom trabalho, diz o professor.
Clark dá um conselho aos pais e aos professores. Aos pais, para nunca falarem mal da escola na frente dos filhos - se a criança ouve os próprios pais desmerecem seus mestres, perde o respeito por eles. Aos professores, para que respeitem os pais, porque eles são parte fundamental na educação da criança ou adolescente.
A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo tem realizado algumas iniciativas cujo objetivo principal é a elevação da qualidade de ensino, entre elas e, talvez, um dos maiores desafios, é a aproximação da sociedade com a educação. Uma relação harmoniosa entre escola e família é fundamental para uma educação de qualidade, além disso, precisamos resgatar a excelência acadêmica que há muito tempo se perdeu.
Professores são educadores, não babás, diz o mestre americano Ron Clark num artigo intitulado “O que os professores realmente querem dizer aos pais”. Foi o segundo artigo mais compartilhado em 2011 por usuários americanos do Facebook, mais de 600.000 pessoas curtiram o texto na rede.
No Brasil, no dia 09/12/ 2011, foi publicado pela revista Veja online uma entrevista com o professor Clark e até o momento da edição deste artigo, 1805 pessoas haviam curtido o link na mesma rede social
Segundo Clark, os pais desrespeitam as regras das escolas, pondo em risco o futuro dos filhos. “Hoje, existe uma preocupação grande com a autoestima da criança. Por isso, muitas pessoas se veem obrigadas a dizer aos pequenos que eles fizeram um ótimo trabalho e são brilhantes, mesmo quando isso não é verdade. Precisamos estar mais atentos a excelência acadêmica e menos preocupados com a autoestima das crianças ou adolescentes”, diz os professor.
Na visão de Clark, os pais vêm transferindo suas responsabilidades para a escola, sem, contudo, aceitar que seus filhos se submetam de fato as regras da instituição. Por isso, assim que surge a primeira nota vermelha ou uma advertência, invadem a sala de aula culpando os professores – a pretexto de preservar a reputação e o orgulho de seus filhos.
No Brasil não é diferente, os problemas são os mesmos, talvez, com muito mais intensidade. Pela falta de preparo ou tempo para lidar com os filhos, empurram toda responsabilidade da educação para a escola e não aceitam as regras da instituição, ou seja, eles querem que a escola eduque, mas não dão apoio e nem autonomia a ela.
Sempre que existe uma reclamação, por qualquer motivo que seja, os pais defendem veementemente seus filhos. A escola nunca tem razão e ainda dizem: “meu filho em casa é bonzinho, educado”, ou, “ele está passando por momentos difíceis, coitado”, ou ainda, “eu já não sei o que eu faço com ele, não dou conta dele”. Muitas vezes, culpam os professores, dizendo que eles não são capazes de ensinar. Mas, nunca culpam seus próprios filhos. Assim, é muito frustrante para os professores verem que os pais não querem assumir suas responsabilidades.
Outro problema que tem angustiado os professores são as notas, e sobre as notas, tanto a família como o Estado responsabilizam somente os professores, ou seja, se a nota é boa, o mérito é do aluno, se é baixa, o problema está com o professor. E quando as notas ruins surgem, a família e, também os gestores ficam furiosos com os professores. O resultado disso é que os professores estão deixando de avaliar – vão dando notas para evitar o conflito. E assim, vai criando-se uma cultura nos alunos de que não é preciso “estudar” para ser promovido. Os alunos frequentam a escola, mas não produzem o que deveriam produzir e ainda dizem: “estudar” para que? Serei promovido de qualquer forma ou, o fulano não “estuda” e é promovido, porque eu tenho que “estudar”.
E, para piorar a situação, todo gestor incompetente tende a mascarar a realidade das suas escolas, isto é, seu eu não tenho a competência para melhorar a qualidade da aprendizagem, manipulo as informações. Faço isso para que a minha escola não tenha excesso de notas vermelhas, alunos retidos e evadidos. Afinal, esses dados estatísticos podem revelar minha incompetência. Então, é preciso manipular esses dados. Mas, como fazer isso? É fácil, é só fazer ameaças nos meus professores para que eles deem notas e aprovem todos, mesmo quando o aluno não tenha a mínima condição de prosseguimento de estudos em série mais avançada. As avaliações externas revelam essa prática. Por exemplo, através da quantidade de alunos abaixo do básico no SARESP.
Os pais só reforçam essa prática, meu filho foi reprovado? Entro com recurso contra a instituição, o culpado pela reprovação são os professores, meu filho não merece isso, ele é vítima. E o que é pior, aqueles que analisam e julgam os recursos, geralmente, se posicionam a favor dos pais e contra a instituição.
As avaliações externas também tem tirado o sono dos professores – tudo gira em torno de uma prova, ou melhor, de algumas avaliações: Prova Brasil, Saeb, Saresp, etc. Os professores são constantemente cobrados a melhorar o desempenho de suas escolas em testes padronizados. A cobrança para que as escolas atinjam suas metas fez que as avaliações externas fossem um fim, isto é, o objetivo principal da educação é preparar os alunos para uma prova e não mais para a vida em todo o seu contexto.
Para Clark, é possível evitar que os pais surtem diante das notas ruins e do mau comportamento dos filhos se for construído uma relação de confiança. Em vez de só procurar os pais quando as crianças vão mal na escola, orienta os professores a conversarem com os responsáveis também quando a criança vai bem.
As duas partes precisam trabalhar em conjunto. Os pais precisam da escola e a escola precisa do apoio da família para realizar um bom trabalho, diz o professor.
Clark dá um conselho aos pais e aos professores. Aos pais, para nunca falarem mal da escola na frente dos filhos - se a criança ouve os próprios pais desmerecem seus mestres, perde o respeito por eles. Aos professores, para que respeitem os pais, porque eles são parte fundamental na educação da criança ou adolescente.
A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo tem realizado algumas iniciativas cujo objetivo principal é a elevação da qualidade de ensino, entre elas e, talvez, um dos maiores desafios, é a aproximação da sociedade com a educação. Uma relação harmoniosa entre escola e família é fundamental para uma educação de qualidade, além disso, precisamos resgatar a excelência acadêmica que há muito tempo se perdeu.
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